À Eloquente Verbosa Amada
I
Nasceu como de posto olhar em brecha
E interrompe alinhado pensamento
Querer tal, que interroga este momento
Já buscando chave que abre e não fecha
Eu não vi ocasião de alfinetar
Coisas tais faz sentir peso ideal
Sem querer decretar lugar venal
Mostra a pobre poesia outro lugar
Não só métrica para ser alisado
Eis caminho liberto, mas fiel
O que sou não conduz tudo ensaiado
Há convite em juntar um só plantel
Pensamentos com amarras se soltando
Para muito veloz findar cruel
II
Muito gênero é assim instituído
Como homem, mulher luz diferenças
Certo há muito mais traços que pensas
De amputados valores invertidos
Sem querer ou traçar ismo, ser ista
Neste arco que vê tudo que é flecha
Entre muitas escádeas há uma mecha
Repensar que aqui faz brotar uma vista
Não qualquer convenção, sãs novidades
Com amadas mulheres fundamentos
Tenho utópicas vis frivolidades
Já subindo conceitos, hasteamentos
Em valores com assaz utilidades
Vai na fé libertando pensamentos
III
Vivi quantos instantes que ladravas
E vi coisas, lembranças potenciais
Navegar mesmo sólido no cais
E em conversas prolixas ir às favas
Em tal foto que costas valem amores
Vai pensar quão diferentes tais medidas
Contradiz força ímpar, dores idas
Com se ferros vivessem com as flores
Nas conversas de porte com a amada
Eu apresento pensar e tenho visão
Mas importa pulsão, sair do nada
Entre dores em sala à dilação
Sou feliz que pensar corra e invada
Qual poesia com alegria em ebulição
IV
Ter instinto sustenta, vez impera
Minoria em ser fêmeas já recuam
Muito mais que instintos perpetuam
Jaz no sangue formando menos fera
No supor quase trava totalmente
Que ela traz doce assuntar, ser cabido
Mas fluir no sentido jás rompido
Tem poder bem profundo certamente
Nesse fim algo tolhe vã escrita
Vejo frívola morte sem saudades
Olho apático débil cria estrita
Já não restam palavras nem beldades
Surge forte ciclone, vai escrita
Vejo vida a impor frivolidades