Poesias

À Eloquente Verbosa Amada

                            I

Nasceu como de posto olhar em brecha

E interrompe alinhado pensamento

Querer tal, que interroga este momento

Já buscando chave que abre e não fecha

Eu não vi ocasião de alfinetar

Coisas tais faz sentir peso ideal

Sem querer decretar lugar venal

Mostra a pobre poesia outro lugar

Não só métrica para ser alisado

Eis caminho liberto, mas fiel

O que sou não conduz tudo ensaiado

Há convite em juntar um só plantel

Pensamentos com amarras se soltando

Para muito veloz findar cruel

                            II

Muito gênero é assim instituído

Como homem, mulher luz diferenças

Certo há muito mais traços que pensas

De amputados valores invertidos

Sem querer ou traçar ismo, ser ista

Neste arco que vê tudo que é flecha

Entre muitas escádeas há uma mecha

Repensar que aqui faz brotar uma vista

Não qualquer convenção, sãs novidades

Com amadas mulheres fundamentos

Tenho utópicas vis frivolidades

Já subindo conceitos, hasteamentos

Em valores com assaz utilidades

Vai na fé libertando pensamentos

                           III

Vivi quantos instantes que ladravas

E vi coisas, lembranças potenciais

Navegar mesmo sólido no cais

E em conversas prolixas ir às favas

Em tal foto que costas valem amores

Vai pensar quão diferentes tais medidas

Contradiz força ímpar, dores idas

Com se ferros vivessem com as flores

Nas conversas de porte com a amada

Eu apresento pensar e tenho visão

Mas importa pulsão, sair do nada

Entre dores em sala à dilação

Sou feliz que pensar corra e invada

Qual poesia com alegria em ebulição

                           IV

Ter instinto sustenta, vez impera

Minoria em ser fêmeas já recuam

Muito mais que instintos perpetuam

Jaz no sangue formando menos fera

No supor quase trava totalmente

Que ela traz doce assuntar, ser cabido

Mas fluir no sentido jás rompido

Tem poder bem profundo certamente

Nesse fim algo tolhe vã escrita

Vejo frívola morte sem saudades

Olho apático débil cria estrita

Já não restam palavras nem beldades

Surge forte ciclone, vai escrita

Vejo vida a impor frivolidades


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