À MORTE DO BALSEIRO
CANTO DE ADEUS!
Quando velaram o velho balseiro,
Alvo, esticado, pavio de cabelo,
Velas choravam na balsa de vê-lo,
Pose de tronco entre lata e largueiro.
CORAL 01 Castas viúvas estas velas
Improvisam castiçais,
CORAL 02 São os pires caravelas
Navegando o nunca mais.
Olhos choravam a última enchente
E ele aguardava o ponto das águas
Para levar as suas últimas tábuas
Na enxurrada de reza e de gente.
CORAL 01 Castas viúvas estas rezas
Improvisam grandes ais
CORAL 02 É o rio que se retesa
Pra dizer que nunca mais.
Pobre Uruguai hoje em leito de usina,
Pior do que a morte é viver a tua sina!
Quem dera a enchente do velho parceiro
Corresse ao leito da tua agonia,
Para contigo prantear neste dia
Aqueles tempos dos guapos balseiros!
CORAL 01 Pobre Uruguai hoje em leito de usina
CORAL 02 Vela por ele infeliz medicina
CORAL 01 Pobre Uruguai hoje em leito de usina
CORAL 02 Antes a morte a viver a sua sina
CORAL 01 e 02 Vamos ao leito da sua agonia
Vamos com ele prantear este dia.
Castas viúvas as estrelas
Nos milênios siderais
Bruxuleiam como velas
De silêncio e nunca mais!
CORAL 01 Pires caravelas
Navegando o nunca mais
CORAL 02 É o rio que se retesa
Pra dizer que nunca mais
Bruxuleando como velas
Em silêncio!...Nunca mais!
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